Professor Carlos Afonso ignorado
pela autarquia
Club Alfa abriu a discussão sobre o Turismo em Fafe
Exposição de Fotografia e
lançamento da revista da associação foram lançadas na mesma noite
No passado sábado, o Club Alfa promoveu uma noite cultural diversificada no salão nobre do Club Fafense. Depois de aberta a
Exposição de Fotografia e realizado o lançamento da revista, o debate, que
discutiu os diferentes pontos de vista dos oradores e do público que se quis
pronunciar, ficou marcado pela revelação do Professor Carlos Afonso que pondera
abandonar Fafe atendendo ao desprezo que a autarquia fafense o atirou
A sessão
iniciou com a abertura da Exposição Coletiva de Fotografia “VIAGEM” que reúne
trabalhos de dois fafenses que cumpriram com as regras colocadas a concurso
pelo Club Alfa. “A ETERNA VIAGEM DA VIDA” de Juliana Mendes Correia e “VISTAS
OCASIONAIS” de João Carlos Lopes são dois trabalhos que seguem «… uma leitura poética
enquadradas num tempo e espaço definido, mas que propõe as mais distintas
análises ao espetador na medida em que nos convida a viajar ou, melhor,
embarcar na nuvem do imaginário», refere Pedro Sousa, Diretor Artístico do Club
Alfa e Curador da Exposição.
Após
breves momentos de análise às fotografias expostas, Edgar Alves, Presidente do
Club Alfa abriu o debate tendo começado por agradecer a todos os grupos que
fizeram com que as atividades fossem possíveis como a disponibilização do
espaço pelo Club Fafense, o som pela Associação ARCO e até a tela pelo Complexo
Turístico de Rilhadas. Uma observação rápida sobre a finalidade cívica,
cultural e recreativa das atividades seguidas pelo Club Alfa, Edgar Alves
frisou o facto da associação a que preside estar inscrita no RNAJ (Registo
Nacional de Associações Juvenis) que faz com que estas e outras atividades
possam ser desenvolvidas com a mestria de quem quer fazer sempre melhor.
A
apresentação da revista ‘alfa’ coube ao coordenador dos trabalhos, Pedro Sousa,
que tinha convidado um conjunto de pessoas a debruçarem-se sobre a problemática
do Turismo em Fafe, nas mais distintas hipóteses de intervenção (Literatura,
Cultura, Arte, Ruralidade, Desporto, Religião…), mas começou por se focar na
capa uma vez que esta é composta por uma fotografia de um Moinho centenário já
destruído porque a autarquia o derrubou aquando do melhoramento de uma estrada
municipal em Regadas, ainda que em questão apenas estivesse «… um metro sobre a
via que podia ter sido contornado com a maior das facilidades, até porque o
outro lado da via tem um passeio maior do que o habitual», referiu Pedro Sousa
tentando provar que «… o património é essencial para captar a atenção dos
turistas, independentemente das dimensões de um edifício, é o que este
representa e as potencialidades que transmite que despertarão a atenção».
O debate
sobre Turismo apresentou visões muito diferenciadas acerca do que este sector
pode representar para Fafe. Mais do que aquilo que os separa importa aqui
destacar o que une os opinadores que foram convidados a apresentar a sua visão.
É opinião consensual que Fafe não tem potencial turístico relevante mas pode
chamar atributos para, a partir daí, construir produto turístico.
·
Desde logo, destaca-se a necessidade de traçar uma estratégia de longo
prazo!
·
Dotar Fafe de uma identidade turística, uma “marca”, consonante com a
estratégia a definir;
·
Como atributos mais valiosos destacou-se a genuinidade, o verde da
paisagem, a ruralidade, a arte de bem receber. Esses são ativos
importantíssimos e que importa maximizar;
·
A aposta no Turismo no Espaço Rural será consequência lógica deste
potencial.
·
A conservação e extensão da rede de percursos pedestres já existente será
um complemento importante à proposta turística;
·
O espelho de água da barragem de Queimadela poderá revestir-se de extrema
utilidade quer no que respeita à simples fruição quer, ainda, na proposta de atividades
aquáticas;
·
Os eventos poderão ser uma âncora mas a programação deve ser criteriosa e
coordenada;
·
Descriminar positivamente a produção em detrimento da compra de
programação;
·
Deve ser dada atenção especial à promoção e comunicação das realizações;
·
Promoção e venda conjunta do produto ficarão mais baratas e serão mais
eficazes;
·
Apoio ao empresário ao nível da recolha de informação, legislação,
mecanismos de apoio ao investimento, licenciamento, entre outros;
·
Adequar a formação às necessidades dos operadores e do mercado,
nomeadamente, o curso de Turismo da ESTF, os cursos profissionais e a formação
profissional;
·
Aproveitamento dos espaços públicos para realização de eventos;
·
O aproveitamento de recursos já existentes deverá ser maximizado através de
programação contínua e coerente;
·
O turismo em Fafe será sempre de “nichos” logo terá de ser usada uma
comunicação muito dirigida;
·
Deve procurar-se aumentar a permanência do visitante maximizando a receita
turística;
·
As entidades públicas devem centrar a sua atuação na regulação, no apoio,
na coordenação, na comunicação, na conservação dos espaços públicos, na
segurança, na informação, na sinalização turística.
O
diretor artístico do Club Alfa, Pedro Sousa, que moderou mais uma vez os
trabalhos, mostrou-se ‘satisfeito com o resultado do dia de atividades do Club
Alfa. O debate é o que merece maior atenção do público pelo seu mediatismo, mas
considera tão importante como as outras duas atividades, a Exposição de
Fotografia e o lançamento da revista.’ Acrescentou também que ‘o debate não
pretendia fechar o livro, como disse logo no início da sessão, «não
procuraríamos trazer receitas, até porque o especialista era mesmo só o Ricardo
Gonçalves, a missão do Club Alfa era colocar no mundo real o que já havia sido
discutido nas redes sociais. E, obviamente, despertar a sociedade em geral e os
políticos fafenses em particular para a problemática e a não ação a que têm
deitado o turismo em Fafe. Fafe tem potencialidades mas não tem sabido
aproveitar porque não tem uma estratégia. Nós estamos atentos, cabe ao poder
político fazer o que lhe compete».
Sem comentários:
Enviar um comentário